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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO No 11.854, DE 5 DE JANEIRO DE 1916.

Revogado pelo Decreto de 10.5.1991

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Approva o complemento do regulamento de tiro para a artilharia de campanha

O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil, usando da attribuição que lhe confere o art. 48, n. 1, da Constituição, resolve approvar o complemento do regulamento de tiro para a artilharia de campanha, que com este baixa, assignado pelo general de divisão José Caetano de Faria, ministro de Estado da Guerra.

Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 1916, 95º da Independencia e 28º da Republica.

WENCESLAU BRAZ P. GOMES.
José Caetano de Faria.

Este texto não substitui o publicado no DOU, de 2.1.1916

Complemento do regulamento de tiro para a artilharia de campanha

    PRIMEIRA PARTE

Noções sobre o tiro

I - GENERALIDADES E DEFINIÇÕES

    1. Chama-se trajectoria o caminho que o projectil percorre no ar.

    2. Influem sobre a fórma da trajectoria:

    a) a direcção e a velocidade do projectil ao sahir da bocca da peça;

    b) a acção da gravidade;

    c) a resistencia do ar;

    d) a rotação do projectil em torno de seu eixo longitudinal.

    Si obedecesse unicamente á direcção e velocidade iniciaes, o projectil seguiria em linha recta com velocidade constante.

    Si a estas duas influencias se juntasse apenas a da gravidade, elle descreveria um linha curva, cujo ponto mais alto ficaria no meio e cujas metades teriam a mesma fórma.

    A resistencia do ar, retardando o movimento do projectil para a frente, modifica a fórma da trajectoria de tal modo que o ponto mais alto fica mais perto do fim, e que a curvatura torna-se tanto mais forte quanto maior a distancia percorrida.

    A rotação do projectil em torno de seu eixo longitudinal, determinada pelo raiamento da alma, tem por fim impedir que elle se volte no ar, isto é, assegurar-lhe a conservação da ponta para a frente. Como effeito dessa rotação dá-se uma derivação do projectil para o mesmo lado do sentido do raiamento.

    3. Linha de sitio é a recta que une a bocca da peça ao ponto que se quer attingir no objectivo ou em sua cobertura. Na pontaria directa tambem póde ser chamada linha de mira.

    Linha de visada é a que une a origem da visada ao ponto de visada, que póde ser um ponto do proprio objectivo, um ponto de pontaria ou de referencia, a luneta de bateria, a luneta de uma peça. No primeiro caso a pontaria é directa, nos demais indirecta.

    Linha de tiro é o prolongamento do eixo da alma (OT, fig. 1).

<<ANEXO>>CLBR Vol. 02 Ano 1916 Pág. 2 Figura 1.

    Plano de tiro é o plano vertical que contém a linha de tiro.

    Plano de visada é o plano vertical que contém a linha de visada.

    Angulo de sitio é o angulo que a linha de sitio fórma com um plano horizontal.

    Angulo de tiro é o angulo que a linha de tiro fórma com a linha de sitio (TOS). Vem a ser a alça dada á peça para que a trajectoria corresponda á desejada distancia sobre a linha de sitio. (*).

    Angulo de elevação é o que fórma a linha de tiro com um plano horizontal (TOX). E' igual ao angulo de tiro mais o de sitio com seu signal.

    Angulo de visada ou deriva é o angulo formado pelo plano de visada com o plano de tiro.

________________

    (*) O angulo de tiro é pois independente do angulo de sitio, isto é, qualquer que seja a linha de sitio, para alcançar sobre ella a mesma distancia, alça-se do mesmo angulo a linha de tiro.

    4. Ponto de quéda do projectil é aquelle em que a trajectoria encontra a linha de sitio (S).

    Ponto de chegada é aquelle em que a trajectoria encontra o terreno.

    Ponto de impacto é aquelle em que a trajectoria encontra o objectivo.

    Alcance da trajectoria é a distancia da bocca da peça ao ponto de quéda. (OB, OC, fig. 2).

<<ANEXO>>CLBR Vol. 02 Ano 1916 Pág. 3 Figura 2.

    Angulo de quéda é o que fórma com a linha de sitio a tangente á trajectoria no ponto de quéda.

    5. Velocidade inicial é a que o projectil tem ao sair da bocca. E' expressa pelo numero de metros que elle percorreria em um segundo se a conservasse.

    A velocidade inicial é a maior, o angulo de tiro o menor, a trajectoria a menos curva, o angulo de quéda o menor, tudo para o mesmo alcance, quando se emprega a carga de projecção completa: tiro rasante.

    Quando menor a carga de projecção tanto menor a velocidade inicial, tanto maior tem que ser o angulo de tiro para o mesmo alcance; por conseguinte trajectoria tanto mais curva, angulo de quéda tanto maior: tiro curvo.

    A velocidade restante em um ponto qualquer da trajectoria exprime-se pelo numero de metros que o projectil percorreria em um segundo si conservasse a velocidade de que está animado nesse ponto.

    Com a mesma carga de projecção ella diminue á medida que o espaço percorrido augmenta. A's distancias muito grandes - no tiro curvo do obuz, mesmo ás distancias médias - ella torna a crescer, porque a acceleração produzida pela gravidade na quéda do projectil é maior do que o retardamento causado pela resistencia do ar.

    6. Vertice da trajectoria é o seu ponto mais elevado acima da linha de sitio.

    Elle fica mais proximo do porto de quéda de que da bocca da peça.

    Ordenada de um ponto qualquer da trajectoria é a perpendicular que vae delle á linha de sitio.

    Flecha é a ordenada maxima, que é a do vertice da trajectoria.

    Ramo ascendente da trajectoria é a parte desta anterior ao vertice. A parte posterior é o ramo descendente. Este é menor e mais curvo do que aquelle. O angulo de quéda é maior do que o angulo de tiro.

    7. Espaço rasado é a extensão do terreno na qual a trajectoria não se eleva a altura maior do que a do objectivo considerado.

    Zona perigosa é a extensão limitada nas mesmas condições sobre a linha de sitio.

    8. Linha de cobertura é a que une a crista da cobertura ou da mascara á bocca da peça (PM, fig. 3).

    Angulo de cobertura é o que fórma a linha de cobertura com o plano horizontal (HPM).

    Linha de desenfiamento de uma cobertura ou mascara em relação a uma posição inimiga é a linha que passa por essa posição e pela crista da cobertura ou da mascara (ON).

<<ANEXO>>CLBR Vol. 02 Ano 1916 Pág. 4 Figura 3.

    Angulo de desenfiamento é o que a linha de desenfiamento fórma com a de cobertura (PMN). A grandeza do desenfiamento mede-se pela distancia vertical do sólo á linha de desenfiamento. Consideram-se tres zonas de desenfiamento segundo sua grandeza: zona de pequeno desenfiamento, comprehendendo o do material (1m,40), o do homem a pé (1m,65) e o do cavalleiro (2m,50), zona de desenfiamento médio, entre o do cavalleiro e o dos clarões (este ultimo de 4m); zona de grande desenfiamento maior que o dos clarões.

    9. Espaço morto de uma linha de fogo é a distancia além da crista da cobertura ou mascara que não póde ser batida porque o tiro incidiria na massa cobridora.

    Alça minima é a somma do espaço morto com a distancia da linha de fogo á crista cobridora.

II - PROBLEMAS A RESOLVER COM AUXILIO DA TABELLA DE TIRO

    10. Calcular uma ordenada. Sejam: d a distancia de um objectivo, a a distancia no ponto cuja ordenada se procura na trajectoria correspondente, e os angulos de tiro para essas distancias. Na tabella de tiro há uma columna que dá para diversas distancias o deslocamento vertical do ponto de impacto para cada millesimo de augmento no angulo de tiro (approximadamente). Ora, com o angulo de tiro attingir-se-ia a distancia a, isto é, o pé da ordenada procurada; augmentando esse angulo de tiro até attingir ter-se-ia levantando esse ponto de tabella, sendo o numero lido na columna citada e na linha correspondente á distancia a.

    Exemplo: alça 3.600m; qual a ordenada da trajectoria a 800m da peça?

=137; =16; - =121;

=0,8

y=0,8X121=96m,8

    11. Determinar a abcissa do vertice. - Ella é dada pela distancia em que a somma do angulo de tiro com o de queda e igual ao angulo de tiro da trajectoria.

    Exemplo: alça 3.800m; a que distancia da peça fica o vertice da trajectoria?

    A tabella de tiro dá para 3.800m o angulo de tiro 149. Procura-se então, a partir de 1.900, pois que o vertice só póde estar na Segunda metade do alcance, a distancia para a qual a somma do angulo de tiro com o de quéda de esse valor. Acha-se para a distancia 2.100 o angulo de tiro =60 e o angulo de quéda q=88, isto é, +q=148. Portanto, 2.100m é abcissa procurada.

    12. Determinar a zona perigosa. Pela definição (7) vimos que ella depende do objectivo considerado, isto é, há uma zona perigosa para o cavalleiro, outra para o homem em pé, de joelhos, etc. Para os angulos de quéda até 200 millesimos tem-se uma approximação sufficiente para a zona perigosa pela formula

Z= 1000h,

 q

sendo h a altura do objectivo.

    Exemplo: a 2.000m qual é a zona perigosa para o material de artilharia?

    h= 1m,40; a tabella dá q= 82; portanto

 Z= 1400 = 17m

82

    13. A zona desenfiada ao tiro atraz de uma altura ou mascara resistente póde ser colocada pela mesma fórmula.

    Exemplo: uma crista situada 12m acima da linha de sitio de uma bateria inimiga della distante 2.400m, até onde desentia aos tiros dessa bateria?

 Z= 12000 =109m

110

isto é, até 100m atraz da crista a bateria inimiga não poderá lançar tiros percutentes.

    Para o tiro com sht. será preciso augmentar o angulo de quéda de metade da abertura do cone de arrebentamento. Pela tabella de tiro podemos tomar para a distancia 2.400 esse angulo igual a 20 gráos; metade 10º ou 180 millesimos; será, pois,

 Z= 12000 =40m,

290

isto é, a referida crista só desenfiaria aos balins até 40m de distancia de seu pé.

    14. O espaço morto determina-se com um sitometro (luneta de bateria) estacionado na crista ou na posição de tiro. Mede-se o angulo de cobertura (8) e delle subtrae-se com seu signal o angulo de sitio da bateria, isto é, do objectivo em relação á bateria. Tomando-se essa differença como angulo de tiro, o espaço morto é dado pela distancia correspondente indicada na tabella de tiro.

    Exemplo: angulo de cobertura da bateria 30 millesimos; angulo de sitio da bateria 194, isto é, - 6; differença 30-(-6)=36; alça correspondente indicada na tabella = 1.450, que é o espaço morto para aquelle angulo de sitio.

    15. Relação entre o angulo de desenfiamento n, a grandeza do desenfiamento h e a distancia da bateria á crista d'

d'= 1000h h= nd'

 n 100

    A primeira formula resolve o seguinte problema: a que distancia da crista deve ficar a bateria para ter tal desenfiamento em relação a tal posição inimiga?

    A segunda resolve este outro: que desenfiamento tem a bateria a tal distancia da crista em relação a tal posição?

    Exemplo do primeiro caso: uma cobertura dá um angulo de desenfiamento de 125 millesimos em relação a um determinado objectivo; a que distancia da crista cessa o desenfiamento do cavalleiro?

    Tem-se n=125; h=2m,50, portanto

 d'= 2500 =20m

125

    Exemplo do 2º caso: Si, nas mesmas condições acima figuradas a bateria avançasse até 12m da crista, que desenfiamento teria?

n=125; d'=12

portanto h= 125×12 = 1500 =1m,50

 1000 1000

    16. Posição limite de uma bateria atraz de uma cobertura, para bater até determinado ponto. Em outras palavras: até onde póde a bateria approximar-se da crista da cobertura, para que seu espaço morto não exceda de tanto?

    Procura-se na tabella o angulo de tiro &e correspondente á distancia E (espaço morto); seja Sb o angulo de sitio do ponto do terreno situado á distancia E da crista, em relação á bateria. Faça-se a somma algebrica

&e+Sb.

    Esta somma é o angulo de cobertura (8) para a posição limite.

    Primeiro caso. A luneta de bateria ou outro sitometro póde ser assestado na crista. Orienta-se a ocular como para observar o inimigo, volta-se a objectiva para traz e dá-se ao reflector a deriva vertical negativa *E + Sb.

    O ponto onde a linha de visada encontrar o terreno dará a posição limite. Desde que a bateria não a ultrapasse, seu espaço morto não excederá de E.

    Exemplo: a bateria deve tomar uma posição coberta, de onde possa bater o inimigo, ainda mesmo quando este chegar a uma linha do terreno que fica a 500m da crista. E = 500, * E = 8.

    Seja Sb = 198, isto é,- 2.

*E + Sb=6.

    Põe-se o reflector a 194 e procede-se como acima foi indicado.

    Segundo caso. Não se póde ir á crista; é preciso da propria encosta a occupar determinar a posição limite da bateria.

    Procura-se por tentativas uma posição que dê para angulo de cobertura o valor *E + Sb.

    No mesmo exemplo acima figurado ter-se-hia que procurar uma posição onde a luneta de bateria, com a objectiva a 0m,90 do solo désse para a crista o angulo de sitio 206.

III - FUNCCIONAMENTO E EFFEITO DOS PROJECTIS

    17. Quando em um projectil atirado com espoleta de tempo (et.) a combustão do mixto da espoleta dura mais do que convém á respectiva trajectoria, obtem-se um ponto de arrebentamento baixo (b) ou abaixo do objectivo (ab) ou por percussão (p).

    Si a combustão termina mais cedo do que convém, o ponto do arrebentamente é alto (a).

    A distancia do ponto de arrebentamento á linha de sitio chama-se altura de arrebentamento; ao objectivo - distancia de arrebentamento.

    19. Os balins e os estilhaços projectam-se segundo um cone cujo vertice está no ponto de arrebentamento e cujo eixo é o prolongamento da trajectoria do projectil inteiro.

    A abertura desse cone depende da velocidade restante no momento em que o projectil arrebenta, tanto de translação como de rotação, do effeito da carga de arrebentamento e da natureza dos balins.

    O cone é tanto menos aberto quanto maior a velocidade restante e menor a produzida pela carga de arrebentamento; inversamente, tanto mais aberto quanto menor a velocidade e maior a produzida pela carga de arrebentamento.

    20. As tabellas de tiro dão os valores para a abertura do cone de arrebentamento. Alguns balins e estilhaços são projectados fóra desse cone assim definido. No sh. do canhão os balins espalham-se quasi uniformemente dentro do cone; no concentrico ao total. Na gr. cujo grande cone de arrebentamento (cerca de 150º na do canhão, 200º na do obuz) a torna apropriada ao emprego contra tropas abrigadas atraz de coberturas, ha um cone central quasi vasio.

    21. No shp. os estilhaços são projectados para a frente, directa e obliquamente; na grp. tambem para os lados e no projectil-unico do obuz até mesmo para a retaguarda.

    22. O effeito dos projectis no tiro percutente depende muito da natureza do solo: o terreno duro e plano favorece a efficiencia, molle e accidentado a prejudica. Só se póde contar com bom effeito si a percussão se dér nas immediações do objectivo. A efficacia do shp . só é boa a pequenas distancias; a da gr. é quasi independente da distancia. No canhão a efficacia da grp. é muito superior á do shp. contra as guarnições protegidas pelos escudos das peças e contra tropas occultas em mattas altas.

    23. Para a demolição de obejctivos resistentes serve qualquer dos projectis em tiro percutente, sendo que o do obuz é muito mais efficaz que o do canhão. Com este póde-se destruir obras communs de alvenaria; si fôr maior a resistencia é preferivel o sh. á gr. porque o arrebentamento desta, sendo mais prompto, impede uma penetração mais profunda. A maxima efficacia é produzida pelo projectil do obuz atirado com retardo.

    24. No interior de edificios as destruições e os effeitos sobre a guarnição são maiores com o gr. do que com o sh.; o projectil do obuz é superior ao do canhão. Em condições favoraveis póde-se contar com o effeito incendiario de qualquer dos projectis.

    25. Para atravessar coberturas horizontaes é necessario o tiro curvo com angulo de quéda de mais de 26º, o que só se obtém com a alça superior a 2.000m. No tiro curvo c. r. o projectil do obuz é capaz de atravessar a cobertura de quaesquer abrigos de campanha.

    26. No tiro de tempo a efficacia depende, além da grandeza do cone de arrebentamento, da altura e da distancia de arrebentamento, da velocidade restante do projectil e da acceleração produzida nos balins e estilhaços pela carga de arrebentamento. Além disso, tambem influe o angulo de quéda: quanto maior elle fôr, tanto menor no sh. a dispersão em profundidade, na gr. tanto maior a probabilidade de attingir o pessoal atraz de abrigos. A' medida que os balins e estilhaços se afastam do ponto de arrebentamento vão se dispersando, a densidade diminue e com ella a probabilidade de ferir um objectivo de determinada grandeza; tambem diminue a força de penetração.

    27. A's distancias principaes de combate (até 3.500m) a efficacia do sh. é bôa desde que as alturas de arrebentamento sejam normaes e as distancias de arrebentamento de 30 até 150m.

    A distancias menores ou contra objectivos de maior superficie exposta, ainda se obtem efficacia sufficiente mesmo com distancias de arrebentamento maiores. Contra objectivos de pequena superficie exposta conveem as pequenas distancias de arrebentamento, com altura normal. O sólo duro e horizontal, ou em declive descendente, augmenta a efficacia pelos ricochetes; o mesmo não acontece no terreno frouxo e ascendente.

    28. A consideravel dispersão em profundidade e o grande numero de balins tornam o sht. especialmente apto para bater quaesquer objectivos vivos, desde que não estejam atrás ou debaixo de coberturas ou em mattas altas. Mesmo contra as partes menos protegidas da guarnição de baterias de escudos elle dá bastante efficacia.

    Mais de 80 º|º dos ferimentos occasionados em homens pelos balins ou estilhaços, com os pontos de arrebentamento nas condições referidas, põem-nos fóra de combate. Contra cavallos, ás distancias normaes de combate, principalmente com distancias de arrebentamento inferiores a 100m, a penetração dos balins é tal que os ferimentos nos ossos ou nas partes molles de orgãos importantes acarretam quasi sempre a incapacidade immediata para o serviço.

    29. Contra objectivos terrestres a grt. age principalmente pela parte do cone de arrebentamento dirigida directamente para baixo. A dispersão em profundidade é muito pequena, de sorte que só ha efficacia na gr. do canhão, si o ponto de arrebentamento fôr aquem do objectivo, muito de perto delle; na do obuz igualmente, ou acima ou pouco além.

    Contra objectivos areos é de esperar bôa efficacia da gr. do obuz desde que o arrebentamento se dê porto do objectivo, acima ou abaixo além ou aquem, ou mesmo ao lado.

    30. A dispersão em largura é muito maior na grt. do obuz do que na do canhão, permittindo bater grandes frentes, até duplas da da bateria.

    A granada tempo do obuz torna-o portanto apropriado ao tiro contra objectivos cobertos cuja frente não se tenha cônseguido fixar bem.

    Em geral no canhão 75 º|º e no obuz 80 º|º dos estilhaços da granada põem os feridos fóra do combate.

    31. No tiro de tempo póde-se, baseado na dispersão do projectil, obter rapidamente a efficacia sem ser indispensavel conhecer desde logo a distancia a que se acha o objectivo. Basta para isso determinar um espaço de certa profundidade onde elle esteja comprehendido (garfo). Uma vez isto conseguido, atira-se com differentes alças nesse espaço e assim tem-se probabilidade de attingir o objectivo pelo menos com uma dellas. Proseguindo o tiro trata-se de descobrir qual a mais efficaz dentre essas alças, (alça favoravel) ou pelo menos, eliminar as inefficazes.

    No tiro de percussão procura-se logo obter a distancia média, pois só haverá efficacia si os tiros cohirem nas immediações do objectivo.

IV - DISPERSÕES

    32. Algumas das causas que influem na fórma da trajectoria podem variar de tiro para tiro. Por esta razão os projectis atirados por uma mesma peça, com a mesma elevação (3), a mesma deriva e a mesma carga de prjecção não descrevem trajectorias coincidentes. Si são lançados em percussão não alcançam o mesmo ponto, mas grupam-se em torno de um ponto médio de impacto, sobre uma superficie cuja area depende da justeza da peça, da igualdade da munição e das condições atmosphericas. A densidade dos impactos decresce do ponto médio para o perimetro dessa superficie de dispersão. Toma-se para média da dispersão os lados do rectangulo que abrange a metade central dos impactos. Diz-se: dispersão média em largura e em altura, em largura e em profundidade, conforme se tratar de objectivos verticaes ou horizontaes.

    Assim, um objectivo cujas dimensões sejam as da dispersão média, desde que seu centro coincida com o ponto médio de impacto será attingido por 50 º|º de todos os impactos. Si, em condições identicas, as dimensões são quadruplas da dispersão média, o objectivo apanha todos os tiros.

    33. Tambem os pontos de arrebentamento dos projectis atirados com et. em igualdade de todas as condições apresentam uma dispersão segundo as tres dimensões e grupam-se em torno de um ponto médio, cujas coordenadas no plano de tiro, dão a altura média e a distancia média de arrebentamento. As causas de dispersão dos tiros de percussão accresce neste caso a desigual combustão do mixto das espoletas.

    A dispersão dos arrebentamentos em distancia depende principalmente da espoleta e a dispersão em altura, além disso, é influenciada pela dispersão da trajectoria; por isso ambas essas dispersões são em geral maiores do que as do tiro de percussão.

    A dispersão em largura é a mesma no tiro de tempo e no de percussão.

    Da dispersão das alturas de arrebentamento conclue-se que, mesmo com a altura média normal póde-se obter excepcionalmente tiros percutentes e, nas grandes distancias arrebentamentos altos. Igualmente se conclue da dispersão das distancias que com uma distancia média de arrebentamento correspondente a uma altura normal, póde haver arrebentamentos além do objectivo.

    34. As tabellas de tiro dão as dispersões médias obtidas em condições médias com uma só peça. Esses valores são apenas approximações, e na bateria inteira elles tornam-se consideravelmente maiores.

V - CORRECÇÕES

    35. Desloca-se o ponto médio de impacto no sentido da profundidade ou da altura por meio de variações da alça, no minimo de 25 m.

    Da mesma fórma se faz avançar ou recuar o ponto médio de arrebentamento no material ou processo de tiro em que a espoleta é graduada em concordancia com a alça.

    36. A situação do ponto médio de arrebentamento, depende da alça e da duração de queima da espoleta. Tanto o alcance como a queima são influenciados pelas condições atmosphericas (pressão barometrica, temperatura e humidade do ar, vento), que podem agir no mesmo sentido ou em sentidos oppostos.

    Por isso muitas vezes aquelles dous elementos não guardam a relação conveniente.

    Como, em geral, o alcance é mais fortemente influenciado do que a duração da queima segue-se que no inverno geralmente, em consequencia da reducção do alcance, obtem-se muitos pontos de arrebentamento baixos ou até por percussão ao passo que no verão augmentando o alcance predominam os arrebentamentos altos.

    Em zona muito elevada póde a diminuta, pressão barometrica retardar a queima do mixto da espoleta a ponto de predominarem os arrebatamentos percutentes, mesmo no verão.

    Vento no sentido do tiro ou em contrario alonga ou encurta a trajectoria e retarda ou accelera a queima da espoleta.

    Essa discordancia entre o alcance e a queima, causada pelas condições atmosphericas, augmenta com a distancia; ás pequenas distancias póde-se desprezal-a.

    Na pontaria indirecta os erros no angulo de sitio podem causar identica discordancia.

    37. Corrige-se a altura média do arrebentamento alterando a placa de regulação ou o corrector. No material dotado deste ultimo póde-se obter o mesmo effeito na pontaria indirecta, mediante modificação no angulo de sitio; na pontaria directa dando uma deriva vertical ao reflector em logar de apontar com elle a zero.

    Do emprego de qualquer destes dous processos e da alteração da placa de regulação resulta uma mudança na trajectoria, levantamento ou abaixamento, por conseguinte modificação no alcance, em todavia avançar nem recuar o ponto de ,arrebentamento, pois que a espoleta continúa com a graduação correspondente á trajectoria anterior. Aquella variação do alcance vae, de 30 a 80m, conforme a alça, para cada divisão da placa, de regulação, de 15 a 40m, para cada millesimo do angulo de sitio ou de inclinação do reflector (V. tabellas de tiro).

    Com o systema de corrector o effeito é outro: conserva-se a trajectoria e sobre ella sé faz avançar ou recuar, isto é, baixar ou levantar o ponto de arrebentamento, dando á espoleta uma graduação maior ou menor do que a da alça (fig. 4).

<<ANEXO>>CLBR Vol. 02 Ano 1916 Pág. 11 Figura 4

    38. No caso da pontaria indirecta corrige-se a situação lateral do ponto médio de impacto ou de arrebentamento alterando a deriva.

    Vento lateral desloca o projectil tanto mais quanto ,maior sua intensidade ou a de sua componente perpendicular ao plano de tiro e quanto maior a duração do trajecto.

    O desnivelamento do eixo das rodas dá logar a um desvio do projectil para o lado da rodas mais baixa. O material dotado de nivel do eixo das rodas com encaixe da alça movel em relação ao supporte permitte dentro, dos limites desse nivel corrigir esse desvio sem trabalho de sapa.

    II PARTE

Exercicios de tiro

I - TIRO SIMULADO

1. NA BATERIA

    39. A completa instrucção da bateria no tiro simulado constitue uma preparação indispensavel para o tiro real.

    Nenhum official ou sargento poderá commandar bateria, em exercicios de tiro real, sem que haja revelado aproveitamento na resolução de themas de tiro simulado.

    Quando aos officiaes os commandantes de grupo e as autoridades superiores avaliação esse aproveitamento pelos boletins de tiro do exercicios quinzenaes de que trata o n. 43 onde se reflectirão forçosamente os resultados do estudo individual e dos exercicios feitos nas baterias (45).

    40. Logo que os artilheiros estejam senhores de suas funcções na, escola de peça, iniciam-se os exercicios de tiro simulado sobre themas variados.

    41. Devem merecer especial cuidado os exercicios referentes á preparação do tiro (R. T. 1 a 6).

    A dificuldades do reconhecimento, apprehensão e mudança de objectivos, a influencia do tempo sobre as diversas posições cobertas e descobertas e a da situação dos observatorios, a perturbações na transmissão de ordens, tudo isso deve ser evidenciado nos exercicios, durante os quaes se ensinarão meios de vencer essas difficuldades e de remediar essas perturbações.

    E' necessario aproveitar todas as occasiões procurar mesma situações as mais diversas, para exercicio de escolha e installação de observatorios (entrincheiral-os, mascaral-os, installar habilmente a escala-observatorio, a viatura-observatorio, os escudos portateis associados a trabalhos de terra construir abrigos para o pessoal do seguinte do commandante da baterias, utilizar edificações, arvores, etc.)

    Para verificar se um observatorio está bem installado convém que elle seja examinado do lado em que se suppõe o inimigo.

    Além disso é preciso ensinar a installação de observatorios simulados.

    42. Os escudos das peças difficultam a pontaria directa. Assim, só se poderá tirar todo o partido das vantagens que ella offerece (maior presteza na abertura do fogo e facilidade de bater os objectivos que se movam com rapidez), si a instrucção respectiva tiver sido cuidadosa. 

    43. Mediante exercicios de tiro simulado, baseado o desenvolvimento de cada thema em suppostas observações dos tiros, póde-se, sem consumo de munição, adquirir pratica dos processos de tiro do regulamento.

    Durante o periodo de instrucção dos recrutas deve haver uma vez por quinzena, em cada grupo, com o material de uma bateria, um exercicios de tiro simulado para todos os officiaes da unidade, completadas as guarnições pelo pessoal antigo das tres baterias.

    As observações hypotheticas (46) que devem ser dadas pelo director do exercicio, e as vezes de commando serão registradas por dous sargentos em um quadro, negro afim de servirem de base á critica respectiva, que será feita por aquelle director á luz do R. T., logo após cada thema ou série de themas correlatos.

    Os officiaes que tiverem resolvido, themas nesses exercicios apresentarão no dia seguinte o boletim de tiro ao commandante do grupo; este submetterá os boletins dos officiaes subalternos das baterias á critica escripta dos respectivos capitães. No caso de ter sido um dos capitães o director do exercicio (44) cumpre a este fazer essa critica. Em qualquer caso o commandante do grupo tambem escreverá sua critica nesses boletins e os remetterá até o dia 4 de cada mez ao respectivo commandante de brigada, nos grupos incorporados por intermedio do commandante do regimento que poderá tambem critical-os e dizer as criticas anteriores.

    44. Ao commandante do grupo compete dirigir taes exercicios (43) ou préviamente designar algumas vezes um capitão para isso, assim como limitar o assumpto do exercicio seguinte, do que dará conhecimento a todos os officiaes.

    Um meio muito recommendavel para estimular o interesse com que todos devem acompanhar o tiro simulado consiste em substituir no decurso do thema o official que estiver commandando a bateria. Isto tem cabimento, sobretudo quando há reincidencia em um mesmo erro.

    45. Aos commandantes de bateria cabe instruir seus officiaes e sargentos na conducção do fogo de uma bateria, graduado os themas pelo adiantamento de cada um. Pouco a pouco elles augmentarão as exigencias e desenvolverão as difficuldades inherentes ao tiro real. E' preciso, porém pautar os themas pela simplicidade, consoante á guerra, evitando figurar circumstancias de rebuscadas complicação.

    46. As observações imaginarias não devem ser dadas directamente, taes como terão de ser lançadas no boletim de tiro e sim como no caso real appareceriam á vista, isto é, em referencia á topographia do campo de tiro.

    47. Em todos os exercicios é preciso exigir a execução conforme á realidade: toda a guarnição da bateria, subalternos inclusive, deve accupar a posição e conservar a attitude que teria na guerra. Os commandantes de bateria poderão, excepcionalmente, dispensar esta exigencia.

    48. Com esses exercicios os officiaes aprendem a tomar rapidamente suas resoluções decorrentes da observação, transformal-as promptamente em commandos certo, transmittidos á bateria, de maneira conveniente e clara.

    Todos official deve estar senhor da linguagem regulamentar dos commandos. A sequencia normal dos commandos tem a vantagem de evitar mal entendidos e omissões; tem especial valor nos casos em que ella corresponde á sequencia necessaria das operações dos serventes.

    49. Os commandos devem ser bem accentuados e emittidos com a elevação de voz bastantes para que sejam seguramente entendidos, tomando-se em conta a direcção e a intensidade do vento.

    Os commandos longos devem ser intercalados de pausas.

    Em geral resultam erros, maior atrazo e perda de calma mandando-se ficar sem effeito (ultima fórma) os commandos de numeros. E' preferivel deixar executar esses commandos errados e, em seguida, eliminar o erro por um novo commando.

    50. No tiro simulado tambem se deve fazer exercicio de recepção dos commandos pelo subalterno da secção mais proxima do commandante da bateria e transmissão certa ao outro.

    E' deve de quem emitte ou transmitte um commando certificar-se de sua exacta recepção.

    E' preciso evitar que um voz de commando coincida com um tiro.

    51. No caso do tiro directo a designação do objectivo deve ser clara inconfundivel e curta. Si não fôr possivel uma designação sem longas explicações deve-se recorrer a um ponto de pontaria facil de designar.

    Os objectivos são indicados pelas expressões «em frente», «a direita», «á esquerda» referidas á linha de tiro da bateria.

    Recorrendo-se a numeros ordinaes é preciso dizer si a contagem começa da direita ou da esquerda.

    52. Quando o commandante do bateria não estiver a distancia que lhe permitta Commandar á voz, recorrerá preferencia á communicação telephonica. Torna-se então da maxima importancia o fuccionamento conveniente dos commandos longos.

    Todos os officiaes e sargentos devem saber utilizar-se do telephone e dos seus accessorios, assim como corrigir as perturbações mais frequentes na ligação. Os telephonistas recebem instruçcões especial detalhada. E' preciso exercital-os bem na installação da linha, adaptando-a terreno e escolhendo a direcção de menor transito de cavalleiros e viaturas.

    53. Convém que simultaneamente, com a ligação telephonica seja disposto outro meio de communicação - signaleiros, estafetas a pé ou a cavallo, cadeia de transmissão (repetidores) - para substituir promptamente aquella, no caso de interrupção. (R. T. 5, fim).

    54. Quanto mais extensa a cadeia de transmissão tanto maior o risco de chagarem os commandos á bateria errados ou incompletos.

    Tanto os repetidores como os signaleiros devem ficar desenfiados á vista do inimigo, empregado-se o trabalho de sapa, si fôr necessario.

    55. A não ser para as distancias maiores que 500m os signaleiros só devem ser empregados para transmittir as alterações dos elementos de tiro, pois, mandando-se escriptos os commandos iniciaes para abertura do fogo, por intermedio de um estafeta a pé ou a cavallo (conforme a, distancia) torna-se, a respectiva transmissão mais rapida e garante-se a sua fidelidade.

    56. O official subalterno mais graduado ou mais antigo deve acompanhar com especial attenção as séries de commandos transmittir á bateria por esses meios indirectos cumprindo-lhe pedir repetição de algum elemento no qual lhe pareça ter havido engano.

    Para verificação ulterior todos os commandos devem ser registrados tanto na estação transmissora como na receptora.

    57. No caso de pontaria indirecta devem ser objecto de frequentes exercicios as mudanças de objectivo, conservada a bateria na mesma posição de fogo. Em geral ellas são executadas mediante alteração da deriva, mas tambem podem ser feitas reapontando a bateria. O primeiro processo é mais rapido. Em qualquer caso o commandante da bateria não deve esquecer-se de commandar logo o angulo de sitio para o novo objectivo.

    58. E preciso aproveitar todas as occasiões para, exercicio de reconhecimento de objectivos installados consoante á realidade e ao mesmo tempo verificar como o resultado desse reconhecimento poderia ser utilizado para a preparação de tiro ou sua execução.

2. NO GRUPO

    59. Terminado o periodo de instrucção dos recrutas iniciam-se os exercicios de tiro simulado de grupo que terão logar uma vez por semana. Convem começar pelos exercicios de quadros, isto é, sem as peças mas com todo o material de preparação do tiro (luneta de bateria, viatura-observatorio, telephone) e o pessoal respectivo, bem como os chefes de peça e o pessoal necessario ao serviço de ligação.

    Passado o periodo da escola de bateria os exercicios de tiro simulado de grupo (de quadros ou com o material) tornam-se mais frequentes.

    Além disso, a partir dessa época haverá nos regimentos, uma vez por mez, um exercicio de grupo completo, com a assistencia de todos os officiaes do regimento.

    60. Estes exercicios de grupo completo serão dirigidos commandante do regimento, que deverá algumas vezes delegar essa funcção ao fiscal ou a um dos majores.

    Os outros exercicios de tiro simulado de grupo serão dirigidos pelo próprio commandante da unidade; elle deve algumas vezes designar um dos capitães para commandar o grupo.

    Cada exercicio de tiro simulado de grupo completo (59) será objecto de um relatorio de tiro (117), segundo o modelo 2, destinado ao commandante da brigada, com as mesmas formalidades do n. 43.

    61. Tem muita importancia a conveniente divisão das funcções no estado-maior do grupo. Na preparação do tiro e na direcção dos fogos cabe-he principalmente;

    Observação do campo de combate e reconhecimento dos objectivos;

    Installação do Observatorio;

    Estabelecimento das ligações para transmissão de ordens e participações;

    Fiscalização dessa transmissão, assim como recepção e expedição de ordens e participações.

    Um official do estado-maior do grupo deve ser incumbido de manter-se sempre ao par da munição ainda existente na linha de fogo e de lembrar opportunamente as previdencias para o remunciamento. Para isso elle pedirá, informações aos commandantes de bateria, que devem dal-as em vista do consumo correspondente ao fogo simulado.

    62. Os exercicios devem basear-se nas indicações do R. I. ns 119 a 139.

    E preciso imprimir-lhes variedade pela mudança dos themas. Convem limitar cada, exercicio a uma determinada phase de combate e pratical-a a fundo.

    63. E' necessario exigir rigorosamente que todos os que tomam parte no exercicio se conduzam como si realmente estivessem deante do inimigo, sem excepção mesmo do commandante do grupo que, entretanto, póde momentaneamente infringir esta regra quando isso for necessario á instrucção.

    64. Deve-se tambem no grupo dar especial importancia aos exercicios de preparação do tiro.

    O estabelecimento das ligações demanda séria reflexão, pois e necessario parcimonia no emprego das respectivos meios, especialmente material telephonico. E' recommendavel attribuir a inspecção desse serviço a um official de estado maior do grupo.

    Da mesma fórma a escolha e a installação dos observatorios devem ser objecto de meticuloso exercicio.

    E' preciso figurar casos em que o commandante do grupo determina a cada commandante de bateria o local onde deve installar seu observatorio e casos em que o deixa á sua escolha.

    Pelo segundo processo elle terá frequentemente de dar indicações mais detalhadas sobre a zona que a bateria, deve dominar ou sobre as missões que provavelmente lhe serão dadas no correr do combate.

    Constituem tambem objecto de exercicio as participações ao commandante do grupo, alludidas na segunda parte do n. 125, do R. T., as quaes podem ser feitas assignalando-se na carta, a zona visivel ou mediante croquis especial, ou ainda verbalmente por intermedio de um official ou sargento que será bem orientado sobre o caso.

    No tiro a parte principal da funcção do commandante de grupo é a direcção tactica dos fogos. (R. T. 119.)

    Suas difficuldades, principalmente guando o observatorio estiver distante dos das baterias, só mediante continuados exercicios podem ser superadas.

    65. Deve-se frequentemente fazer exercicio; de designação dos obejctivos pela sua deriva em relação a um ponto principal de orientação (R. T. 126), ou a um outro ponto bem reconhecivel no terreno ou ao objectivo anterior. Além da deriva, é preciso dar a distancia, do novo objectivo.

II - TIRO REAL

GENERALIDADES

    66. O tiro real é o coroamento da instrucção de tiro.

    Quanto mais esmerados tiverem sido os exercicios de tiro simulado, quanto mais bem dirigido o tiro real, tanto mais instructivo será elle, tanto mais seguramente preencherá seu fim.

    Em primeira linha a instrucção de tiro real tem logar annualmente durante a companha de tiro. Fóra desse periodo, mas sem prejuizo delle, poderá haver exercicios especiaes de tiro real, uma vez passada a época da escola de recrutas.

    Além disso haverá um exercicio de tiro real antes do exame dos recrutas.

    67. Dada a decisiva importancia do tiro real para o valor da arma, é preciso por todos os meios fazer com que artilharia de campanha, para realizar seus exercicios de maneira proveitosa, disponha de tempo e de espaço, agindo tanto quanto possivel como si estivesse em combate, e execute uma boa figuração e installação dos objectivos.

    68. Durante os periodos de tiro real a artilharia não póde ser distrahida para nenhum outro exercicio ou serviço.

    Nas proprias baterias, as hóras que não forem empregadas no tiro só serão aproveitadas para exercicios que com elle entendam directamente.

    69. E' preciso chamar a attenção do pessoal para as peculiaridades do tiro real mostrando a razão de certas exigencias regulamentares do serviço da peça e ensinar a vencer as difficuldades e perturbações que surgem no tiro.

ESPECIES DE TIRO REAL

    70. No tiro real distinguem-se o tiro de ensaio e o tiro de combate.

    O exercicio de que trata o final do n. 66 é de tiro de ensaio na bateria (85 a 92).

    Os exercicios da companhia de tiro são de - combate - na bateria, grupo, etc, e - de ensaio - no grupo, etc.

LOGAR E TEMPO

    71. Os exercicios de tiro real fazem-se no logar préviamente escolhido pelo commandante da brigada ou pelos commandantes de corpos de artilharia, com approvação do inspector da região.

    As datas dos exercicios de tiro serão fixadas, ao mais tardar: a do tiro de ensaio, peculiar ao periodo de instrucção dos recrutas (66 e 70), na primeira semana do ultimo mez desse periodo; a do inicio da campanha de tiro - na segunda quinzena do periodo; a dos tiros especiaes - com um mez de antecedencia.

    A campanha de tiro terá logar antes da época das manobras annuaes. Tanto os exercicios desta campanha, como os especiaes, não podem Ter logar durante os periodos de instrucção até o de grupo, inclusive.

PRINCIPIOS PARA A ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DOS EXERCICIOS DE TIRO REAL

    72. O commandante do regimento é o director de tiro nos exercicios de regimento e de grupo, devendo algumas vezes delegar essa funcção, naquelles, ao fiscal, e nestes, ao fiscal ou a um major.

    Os exercicios de tiro de combate de bateria são dirigidos pelo commandante do grupo, podendo elle delegar essa funcção a um dos capitães, quando tiver sido designado um subalterno para commandar a bateria, durante o exercicio.

    Nos tiros de ensaio de bateria será sempre director o seu proprio capitão.

    73. O commandante do regimento estabelece as condições a que devem obedecer os exercicios de tiro. Além disso, compete-lhe determinar:

    a) numero e especie (70) dos exercicios de tiro por bateria, grupo e regimento;

    b) munição para os exercicios de bateria e de grupo;

    c) as baterias em que devem fazer exercicios de tiro, como subalterno e como commandante o secretario e os ajudantes;

    d) os dias em que o fiscal commandará o regimento;

    e) a distribuição dos dias, horas e posições de tiro pelos grupos;

    f) especie das posições e dos objectivos e suas distancias approximadamente, attendendo quanto possivel aos desejos dos commandantes de grupo.

    74. Dentro de quinze dias após a fixação da data dos exercicios de tiro real (71) deve o commandante do corpo publicar em ordem do dia o respectivo programma detalhado, com excepção dos objectivos e distancias respectivas para os tiros de combate. Uma cópia desse programma será remettida ao commandante da brigada e outra ao da divisão. Este publical-o-ha resumidamente, para conhecimento dos officiaes das outras armas, que poderão, quando os respectivos commandantes julgarem convenieníe, assistir aos exercicios de tiro de artilharia.

    Os dias, horas e posições para cada unidade, em geral, só podem ser fixados precisamente depois de estar a tropa no campo de tiro.

    Afim de que todos os officiaes da arma possam assistir aos exercicios das diversas unidades, devem reunir-se para a campanha de tiro todos os corpos da brigada de artilharia, ou, quando por motivos imperiosos isso não for possivel, pelo menos todas as baterias do mesmo regimento ou grupo independente.

    A duração da campanha será calculada sobre as seguintes bases :

    Haverá para cada grupo, no minimo, tres dias de tiro de combate de bateria e dous dias de tiro de ensaio de grupo.

    Quando estiverem reunidos diversos grupos para a campanha, devem os dias de exercicio ser alternados entre elles, e podem os tiros de combate de bateria ter logar simultaneamente em dous grupos desde que o permitta o espaço (posições e campos de tiro), sem risco da segurança (129 a 142).

    Um dos tiros de ensaio de grupo deve ser intercalado entre os de combate de bateria.

    O ultimo dos exercicios de combate de cada bateria será de inspecção de tiro, realizado com assistencia de todos os generaes da divisão e do inspector da arma.

    75. Nos exercicios de tiro de um anno não é possivel proporcionar a todas as baterias o tiro em todas as circumstancias e contra todas as especies de objectivos. Cumpre ao commandante do corpo distribuir assumptos differentes entre as baterias, além dos que hão de ser communs a todas.

    Os objectivos mais frequentes na guerra devem ser objecto mais repetido de exercicio.

    A tropa deve aprender a agir com igual presteza e segurança indistinctamente nas posições cobertas e descobertas.

    Facilmente se é induzido a dedicar mais tempo e cuidado aos exercicios de tiro em posição coberta porque exigem uma preparação mais complicada; mas é preciso não esquecer que só o exercicio póde desenvolver o rapido golpe de vista, a resolução prompta e a rigorosa disciplina de fogo, condições tão necessarias ao tiro directo (42).

    76. E' preciso parcimonia no consumo de munição. Por isso, em geral, será necessario contentar-se com a execução da primeira parte do tiro, a mais dificil e a mais instructiva - o tiro de reguação - consagrando poucos projectis ao tiro de efficacia. Para mostrar á tropa o resultado de um tiro de efficacia demorado basta prolongar cada anno em um dos tiros de ensaio um qualquer dos tiros de efficacia de uma bateria de cada grupo, dotando-a da necessaria munição.

    No tiro de efficacia contra objectivos cóbertos pode-se pela situação do primeiro grupo de tiros e a informação do commandante da bateria sobre os projectados limites de seu tiro progressivo inferior si o objectivo seria attingido.

    77. O calculo da munição para cada bateria será feito sobre a seguinte base para cada thema:

    Percussão - 10 tiros;

    Sht. - 14 tiros;

    Grt - 18 tiros.

    Comprehende-se, pois, que, segundo os themas, as baterias terão dotação differente. Além disso, a dotação de cada bateria depende do numero de seus officiaes e sargentos que tenham de resolver themas de tiro (39). Os de igual funcção receberão igual numero de themas. Os capitães deverão receber na companha de tiro pelo menos seis themas.

    78. O commandante do grupo determinará como será aproveitada a munição que se conseguir economizar nessa dotação.

    79. E' preciso aproveitar os exercicios de tiro para realizar reconhecimentos de objectivos difficeis, bem como para a execução de croquis simples e claros, planimetricos ou perspectivos, levantados de pontos seguros, escolhidos de accôrdo com a situação tactica; deve-se tambem aperfeiçoar a instrucção dos observadores auxiliares e esclarecedores de objectivos. Esses exercicios, assim como os de patrulhas de officiaes, poderão ser feitos por officiaes e sargentos das baterias que não tenham de tomar parte no tiro, mas em ligação com o thema de tiro.

    80. Em todos os tiros de bateria devem tomar parte as 4 v.-p. com as 4 v.-m. e a viatura observatorio.

    81. A figuração dos objectivos de modo a não serem descobertos com muita facilidade; a isto attender-se-há mesmo nos tiros de ensaio.

    Os objectivos só devem ser batidos a distancias em que appareceriam em combate. A disposição e a extensão dos objectivos devem corresponder approximadamente á realidade, e é de grande importancia aproveitar o terreno de modo a ficarem installados de maneira tacticamente certa.

    82. Para mudar o aspecto do terreno, quando se não possa variar de campo de tiro, convem figurar perfis de casas, de arvores isoladas, cercas, muros, etc., de madeira, ramagens, etc, e mudar frequentemente a collocação desses accidentes simulados. Dispositivos identicos na propria posição de fogo permittem a variedade nas hypotheses do tiro.

    83. para cada dia de exercicio de tiro o commandante do grupo nomeará um official subalterno encarregado da installação dos objectivos e dos accidentes de que trata o n. 82. Esse official entender-se-ha previamente com o director do exercicio.

    84. Um factor decisivo na utilidade dos exercicios de tiro real é a conducta do director.

    Elle deve examinar antes do tiro si a installação dos objectivos obedece ás prescripções regulamentares e si corresponde aos themas que projectou. Deve ainda reconhecer bem a situação e o aspecto dos objectivos, vistos da posição de fogo.

    Pessoalmente ou por intermedio de um ajudante, official de ordens ou agente de ligação elle fará ao commandante da tropa, no local de reunião designado, communicação curta, simples e clara da situação tactica. A missão elle a dará ao commandante da unidade, em geral não na posição de tiro, mas no logar e modo correspondentes á situação tactica.

    Na solução do thema o director sómente poderá intervir quando as condições de segurança o exigirem (137).

    No intuito de obviar ulteriores difficuldades não só o primeiro a ser batido, mas tambem exigir que uma certa zona do terreno possa ser attingida pelos fogos da bateria sem mudança de posição e de observatorio. Isso não impede que se formulem situações tacticas exigindo mudanças de posição, como acontece, p. ex., em perseguição ou retirada e nos combates de vanguarda, retaguarda ou flanco-guarda, exercicios estes aliás de grande utilidade.

    O director póde dar ao commandante do tiro participações reaes ou por elle imaginadas, croquis procedentes de observadores aereos, de patrulhas de officiaes, de esclarecedores de objectivo.

    Os objectivos podem mesmo ser definidos sómente por esses meio, isto é, sem explicações directas.

    As participações de procedencia imaginaria só devem conter indicações que um serviço real de esclarecimento poderia ter proporcionado.

    O director deve acompanhar attentamente o tiro para que a cada momento possa ter sobre elle um juizo formado. Só assim será possivel tirar inteiro partido do dispendio de munição para a instrucção dos officiaes e da tropa.

    Havendo observadores junto aos objectivos o director, em ligação telephonica com elles, poderá nos tiros de ensaio, esclarecer duvidas de observação na bateria.

    Si o commandante do tiro commete erros evidentes o director póde algumas vezes deixar proseguir o fogo para mostrar praticamente as suas más consequencias, o que em geral será conseguido ao cabo de poucos disparos. Comtudo é preciso absolutamente cohibir o consumo inutil de munição, quer substituindo o commandante, quer mudando a missão ou mandando cessar o fogo.

    Sempre que estiver resolvido um thema, isto é, realizado o fim que se pretendia, deve cessar o fogo.

    São necessarias boas providencias do director para assegurar o apparecimento opportuno dos objectivos e a observação dos tiros juntos a elles.

TIRO DE ENSAIO

I - NA BATERIA

    85. Os tiros de ensaio na bateria constituem a escola preparatoria do tiro de combate. Nelles se desenvolve a instrucção da bateria nas peças sob as condições peculiares ao tiro real e se preparam os officiaes, sargentos e praças para a execução do tiro como na guerra, ensinando-se além disso aos officiaes e a alguns sargentos a conducção do fogo de uma bateria.

    86. O commandante da bateria é o director (84) desses exercicios e como tal terá inteira liberdade.

    O conhecimento prévio do assumpto dos themas permitte-lhe preparar a bateria nesse sentido.

    87. O numero de themas de tiro de ensaio para cada bateria que deve ser reduzido ao minimo indispensavel, será fixado pelo commandante do corpo; elle depende do numero de officiaes e sargentos que tenham de commandar o tiro. Para isto os commandantes de bateria apresentarão, independente ordem especial, na primeira semana do ultimo mez do periodo de instrucção de recrutas uma relação na qual só podem ser incluidos os officiaes subalternos que tenham tomado parte nos exercicios de tiro simulado e os dous sargentos de mais aproveitamento em taes exercicios (45) .

    88. A occupação da posição deve ter logar conforme á realidade da guerra, mas não é necessario haver dependencia tactica entre os diversos themas de tiro.

    89. Os exercicios abrangem a regulação em direcção, alcance e altura de arrebentamento, contra diversos objectivos em circumstancias variadas, passagem ao tiro de efficacia, diversas maneiras de mudar de objectivo, concentrar e abrir o feixe do trajectorias, mudanças de posição.

    Devem-se repetir as explicações sobre as mudanças de corretor, de anguIo de sitio e de deriva vertical na pontaria directa, sobre a altura e distancia de arrebentamento, o resultado de não se haver eliminado o resnivelamento das rodas, de erro na graduação da espoleta, etc.

    90. E' preciso associar no tiro os exercicios de reconhecimento de objectivo e de observação dos tiros.

    Sendo «condição fundamental para a efficacia uma observação exacta do tiro (R. T. 7) cumpre aproveitar todo ensejo para a acquisição da pratica respectiva; todos os officiaes devem assistir aos tiros de ensaio de cada bateria de seu grupo e apresentar ao commandante deste, logo após o exercicio, o registro de suas observações (mod. 3).

    91. O commandante da bateria póde, quando julgar conveniente, interromper o fogo para dar ao pessoal explicações em ligações immediata com os tiros observados, mostrar os erros e suas causas.

    Convém incumbir um official ou sargento de fiscalizar as guarnições afim de descobrir defeitos ou lacunas da instrucção.

    92. O tiro de ensaio só preencherá seu fim assim exposto se as baterias dispuzerem do tempo necessario que, entretanto, não deverá exceder de tres dias para cada grupo. Em um mesmo dia póde haver exercicio successivamente para as tres baterias do grupo, cada uma resolvendo a seguir dous ou mais themas.

2 - No grupo

    93. O tiro de ensaio no grupo constitue um degráo entre os exercicios de tiro simulado (59 a 65) e os de tiro de combate no grupo. Elle serve para pôr á prova a conveniencia das disposições concernentes á preparação do tiro, bem como das medidas para conducção do fogo e sua execução. Tambem proporciona ensejo para exercicios de ligação entre os observatorios. E' vantajoso que tambem o commandante do grupo receba, pelo telephone, do commando do regimento (supposto), ordens referentes ao thema.

    Em regra, tratar-se-ha de verificar como as baterias apprehenderam os objectivos ou zonas a ellas attribuidas e se estão reguladas em direcção. Para isto bastam poucos tiros. A construcção dos objectivos tambem pode ser bem rudimentar, sendo ás vezes sufficiente designar como taes certos pontos de terreno.

    Estes exercicios podem ser executados á maneira dos de quadros (59), representada cada bateria por uma secção ou uma peça, mas geralmente constitui-se-ha o grupo completo, tanto quanto seus proprios recursos o permittam. Em qualquer caso não se podem dispensar os quadros completos (officiaes e auxiliares do commando) bem como os serviços accessorios.

TIRO DE COMBATE

1. Generalidades

    94. Os exercicios de tiro de combate são os mais importantes da instrucção de tiro. Ahi os officiaes e praças devem aprender a applicar em circumstancias que se approximem o mais possivel das da guerra, tudo quanto foi objecto de instrucção durante o anno.

    95. Ao iniciar-se um exercicio, tanto os commandantes como a tropa devem estar ao corrente da situação tactica geral; mas o thema propriamente só lhes será dado no momento em que tiverem de resolvel-o.

    Segundo o caso, a situação particular sob a fórma de ordem ou de informação, na qual se baseará a solução do thema, póde ser dada pelo director, no papel de commandante geral da tropa, commandante da artilharia, official de ordens, etc., a pé ou a cavallo, em marcha ou em estação.

    96. O director do exercicio póde permittir ou ordenar a exploração do campo de objectivos, pelo commandante da unidade ou por patrulhas de official ou por esclarecedores de objectivos, tanto quanto isto seria admissivel na realidade da guerra, segundo a situação tactica formulada. Cumpre-lhe então velar por que, no tempo de duração e no terreno, esse serviço corresponda ao caso real, assim como por que os esclarecedores não se exponham ao fogo de sua bateria ou de outras.

    97. A determinação de novas missões durante o fogo, o desapparecimento do objectivo hostilisado e o apparecimento de novos objectivos tornam possivel figurar a mutação das phases do combate.

    Para exercicios no serviço de ligação como na guerra o director póde fazer transmittir suas ordens ao commandante do tiro tambem por meio de telephone, signaleiros, etc.

    As baixas simuladas de officiaes e praças, as hypotheses verosimeis que exijam reparação no material ou trabalhos de sapa constituem diffuculdades que no caso real pertubariam o tiro, pelo que é muito conveniente exercitar a tropa em superal-as.

    98. Todos os commandantes de artilharia a partir dos de bateria, devem aprender a economizar munição e a julgar o que é possivel obter com um dado numero de projectis, em determinadas circumstancias. Com este fim convém pôl-os frequentemente em situação de resolverem si se justifica ou não o tiro contra um novo objectivo; a resolução póde depender da significação do novo objectivo relativamente á situação de combate, ou da questão de saber si a munição a empregar será compensada pelo effeito possivel. O director decidirá si tal objectivo deve effectivamente ser abatido.

    O commandante do tiro deve sempre ter um juizo formado sobre a efficacia alcançada.

    Logo que um commandante de bateria julgue haver desempenhado sua missão faz cessar o fogo e participa ao director si o exercicio fôr de bateria, ao official que estiver commandando o grupo, si de unidade maiores.

    99. A tropa que tiver de fazer exercicio de tiro de combate formará equipada em completa ordem de marcha.

2. Tiro de bateria

    100. A instrucção da bateria no tiro de combate é a condição fundamental de sua boa efficacia na guerra. Por isso, estes exercicios merecem a maior parte do tempo e da munição consagrados á campanha annual de tiro (66).

    101. Na organização dos themas deve em geral haver a supposição de que a bateria faz parte de um grupo.

    Os themas devem ser gradativos, desenvolvendo-se a instrucção mediante a diversidade de objectivos e de condições em que elles teem de ser batidos.

    O tiro e a mudança de objectivos contra alvos que appareçam inesperadamente, que se apresentem em movimento ou que surjam a pequenas distancias, offerecem opportunidade para se fortalecer a capacidade de resolução e a calma dos commandantes de bateria, bem como a disciplina de fogo da tropa.

    As circumstancias decidirão si a mesma situação tactica póde servir de base á série dos themas de um mesmo dia de tiro.

3. Tiro do grupo

    102. O director de tiro (72) terá um delegado (117) em cada bateria: e si não fôr commandante de grupo ou regimento terá tambem um official de ordens.

    103. A dotação de munição consagrada a estes exercicios deve ser a menor possivel, attendendo-se, porém, a que a conducção dos fogos só póde ser de todo desenvolvida quando o tiro durar o tempo bastante. Por isso, será preferivel reduzir o numero de exercicios de grupo a tornar problematica sua utilidade pela insufficiencia de munição para cada um.

    104. E geral o thema proposto ao commandante do grupo não permittirá representar a execução completa de um combate e sim apenas a de determinada phase, p. ex., contrabater a artilharia em offensiva ou defensiva, preparar ou repellir um ataque de infantaria, perseguição, apoio na retirada, combate de artilharia a cavallo em ligação com a cavallaria, etc.

    Si o mesmo dia de tiro o exercicio comprehende duas dessas phases que no caso real não seriam successivas, é preciso que, terminada a primeira phase, o director interrompa o exercicio pelo tempo indispensavel para fazer aos officiaes reunidos, uma exposição succinta dos acontecimentos intercorridos por hypothese. Essa occasião póde ser approveitada para mudança de commando do grupo.

    O director do tiro deve trazer o commandante da unidade sempre ao corrente da situação do combate, informando-o sobre a direcção e efficacia da artilharia inimiga, conducta da infantaria amiga e a da inimiga; efficacia alcançada (quando observavel), munição restante, baixas soffridas, etc.

    Um exercicio especialmente instructivo resulta da hypothese de que o grupo está destacado para cooperar com uma força de infantaria, cujo commandante lhe manda por telephone, em croquis, etc., ordens ou informações que sirvam de base para o tiro.

    O director do tiro póde, estando os objectivos propositalmente dispostos, agir de tal modo que o commandante do grupo seja posto em situação de intervir no tiro de suas baterias segundo o R. T. ns. 132, 133 e 137.

    105. Na organização dos themas e na execução dos exercicios não deve haver a preocupação de facilitar a observação nos objectivos, muito mais difficil no tiro de grupo, ou de separar com uma nitidez artificial os tiros de cada bateria das outras.

4. Tiros de maiores unidades

    106. Os exercicios de tiro de regimento podem ser organizados como os de combate no grupo, desde que haja munição sufficiente.

    Para realizal-os, assim como os exercicios de tiro de brigada, ainda mesmo com pequena dotação de munição, é preferivel recorrer ao tiro de quadros. Então será preciso esboçar simplesmente com poucos disparos o tiro contra os diversos objectivos, fazendo só a regulação. Si ainda restar munição para o tiro de efficacia, convém executal-o empregando o fogo por peça com grandes pausas afim de prolongar a duração do exercicio.

    A installação dos objectivos deve ser subordinada exclusivamente ao ponto de vista tactico; não é preciso contar que sejam contemplados nos themas todos os que forem installados. E como neste caso, muito secundaria póde ser a importancia ligada á efficacia, não é necessario observar as disposições regulamentares para construcção de alvos; bastará figurar a artilharia e as metralhadoras por quadros de téla, os atiradores deitados por monticulos de terra.

    A escolha da posição não deve ser influenciada pela intenção de poder a artilharia bater determinados objectivos. E' preciso, porém, verificar si a installação das baterias foi tal que se possa embargar o desenvolvimento do inimigo na zona em questão e si as providencias tomadas permittem aos commandantes disporem de suas baterias com presteza e segurança. Verificar-se-ha em taes exercicios si foram satisfatorias a constituição dos estados maiores e a divisão de seus trabalhos, a disposição dos observatorios e as ligações, si os commandantes de grupos estavam sufficientemente informados sobre as zonas dominadas pelas baterias, si os «croquis» estavam perfeitos e foram bem utilizados, si os pontos principaes de orientação foram bem escolhidos, si as providencias para a concentração dos fogos foram acertadas, etc.

    Em cada regimento, grupo ou bateria, haverá um delegado do director de tiro que examinará a direcção sobre cada objectivo.

    Esses delegados, que devem ter conhecimento da situação dos objectivos e da projectada marcha do exercicio (conducta do inimigo, direcção e efficacia de seus fogos, conducta da infantaria amiga, efficacia obtida, munição disponivel, etc.), intervirão opportunamente junto aos commandantes para lhes reproduzir a figuração do combate e fornecer-lhes motivos para medidas dependentes de sua iniciativa e para o importante serviço de ligação.

    Elles evitarão intervenções contrarias á realidade da guerra, a não ser que razões de segurança os obriguem a isso.

    Officiaes de outras armas podem servir como delegados do director do tiro.

    E' conveniente estabelecer uma ligação telephonica especial entre o director e seus delegados.

    Para avisar aos delegados que começou uma nova situação e que devem ser levados em conta objectivos até então considerados inexistentes convém o emprego de signaes, bandeirolas, etc., nas proximidades dos objectivos.

    Não se empregará granada de alto explosivo.

III - BOLETINS E RELATORIOS DE TIRO

    107. Os boletins de tiro constituem a base para o julgamento dos tiros de bateria. Elles proporcionam um meio estatico de reunir elementos para o estudo do comportamento do material e da munição, da conveniencia do processo de tiro empregado, assim como para o da efficacia.

    É, portanto, indispensavel que elles sejam absolutamente fidedignos.

    108. Em cada exercicio de tiro de bateria organiza-se um boletim, segundo o modelo annexo 1, baseando nas notas tomadas na bateria e no objectivo.

    Na bateria haverá junto ao respectivo commandante um registrados (sargento designado pelo capitão) que annotará os commandos á proporção que forem emittidos, assim como as observações do tiro, que esse commandante é obrigado a dictar-lhe á medida que as fizer.

    Ao commandante de bateria não é licito recorrer a essas notas durante o tiro; si elle precisa de notas especiaes da observação póde encarregar o servente da luneta de tomal-as. Este, sendo possivel, fiscaliza e auxilia o registrador.

    Junto ao objectivo as notas são tomadas pela turma de levantamento (147).

    109. Após cada exercicio de tiro o commandante de bateria designa, um official subalterno para dirigir e fiscalizar o lançamento dos boletins no quadro negro (*) , serviço este por cuja exactidão será esse official o responsavel.

    O director fal-os completar sob suas vistas com o lançamento das observações junto ao objectivo e e da efficacia obtida (158). Dahi tiram-se duas cópias para serem encaminhadas, uma ao chefe do Estado Maior do Exercito, outra ao inspector da arma. Ambas recebem a critica da autoridades da arma (118) e a Segunda volta á bateria pelos mesmos tramites.

    110. Registrando as notas no boletim póde se fazer toda abreviação que não de logar a duvidas sobre a significação da palavra abreviada. Para os vocabulos empregados com mais frequencia serão usadas as abreviações exemplificadas nos modelos annexos.

    111. Registram-se de maneira succinta como «observações», logo abaixo do boletim, as necessarias explicações de algum facto singular occorrido no tiro, p. ex., o motivo pelo qual alguma peça tenha deixado de atirar.

    Caso não tenha sido executada, uma correcção commandada ou tenha havido engano, registram-se os elementos com que o tiro realmente foi feito, lançando se quando necessaria uma explicação nas «observações.»

    112. Annotações. Tiro longo: + ; tiro custo: - ; tiro não observado ou duvida na observação:? ; tiro no objectivo (percussão)). * ; junto ao objectivo: j ; pouco longo ou pouco curto (percussão): p + ou p - ; impacto cheio: i ; não houve arrebentamento n. a.; arrebentamento prematuro : pre.; arrebentamento retardado: ret. ; ricochete: ric.

    Os arrebentamentos de tempo registram-se em fórma de fracção com traço obliquo: no numerador a observação referente á distancia de arrebentamento, no denominador a que se refere á altura de arrebentamento (R. T. 26.)

    Na observação dos grupos da tiros e no fogo rapido registram-se a distancia, e a altura predominantes, pondo-se abaixo daquella, entre parenthesis, as que destoaram. (V. mod. 1).

    Sublinham-se com um traço vermelho as observações feitas na bateria que differirem das tomadas no objectivo.

    113. A observação no objectivo é registrada na lista de observação (149).

    Si não tiver sido possivel a observação segura de cada tiro, o official do levantamento registrará seu julgamento de conjuncto sobre os tiros contra cada objectivo.

    114. No caso de objectivos em movimento registram-se por meio de flechas a direcção e a duração do movimento, (V.3ª pag. do mod. 1)

    115. Quando a rapidez do tiro tiver sido influenciada pelas considerações de paz, por baixas figuradas no pessoal, pelas avarias no material, reaes ou suppostas, annotar-se-há isso na columna «observações» da primeira boletim.

________________

    (*) Cada bateria deve possuir um quadro de madeira de pelo menos em, X um, 50 negro de ambos os lados com os riscos do modelo de boletins, traçados a tinta branca ou vermelho.

    Nos exercicios de tiro de ensaio não se fazem anotações concernentes a tempos de duração.

    116. Os boletins .são coordenados por anno e archivados nas baterias juntamente com os originaes do levantamento no objectivo, com os croquis phanimetricos ou perspectivos ou de aviadores e com as informações de observadores auxiliares.

    117. Com relação aos tiros de grupo, de regimento, etc., fazem-se relatorios de e tiro segundo o modelo 2.

    Os delegados do director de tiro acertam préviamente, seus relogios pelo daquella autoridade.

    Os delegados nas baterias tomam nota: das ordens recebidas do commandante do grupo e das participações que chegarem, com as respectivas horas de recebimento, das participações expedidas a horas de sua expedição, dos objectivos com distancia e situação approximadas, da hora exacta do primeiro e do ultimo disparo do tiro de regulação contra cada objectivo, assim como do tiro de efficacia quando houver.

    Os commandos e a observação serão registrados como nos boletins da tiro.

    A execução material do relatorio compete ao ajudante ou ao official de ordens (102) do director de tiro, ao qual este, fornecerá um croquis dos objectivos.

    Para reunir os elementos necessarios ao estudo do decurso do exercicio de tiro, o commandante do grupo designa um official idoneo - encarregado dos boletins - ao qual os registradores das baterias entregam logo após o exercicio uma nota com indicação dos garfos e das alças de efficacia; os delegados do director tambem lhe dão suas notas.

    O ajudante do, grupo, ou quem tiver exercido essa funcção junto no official que commandou o grupo no exercicio, organiza o croquis da repartição dos objectivos e coordena as ordens desse commandante.

    O relatorio assim preparado é entregue ao director de tiro, que o completa com os dados fornecidos pelos encarregados do levantamento.

    A columna «,juizo do director» só é preenchida depois da critica do tiro.

    A critica podem ser illustrados detalhes interessantes com as notas originaes dos registradores acima referidos, dos quaes, porém, não se exigirão limpas dos commandos e observação na bateria.

    Identicas disposições para o registro das ordens do commando do regimento, etc.

    Não se organiza relatorio dos exercicios do tiro de quadros; basta um croquis da repartição dos objectivos, o registro das ordens dos commandantes de, grupo, etc. e annotações sobre o comportamento, especial e quantidade da munição.

    Os relatorios devem ser polygraphados para que fique uma cópia em cada uma das baterias que tomaram parte no exercicio.

    118. Nos boletins e relatorios de tiro de combate o director tem que lançar em termos laconicos sen julgamento, pronunciando-se sobre se a missão foi ou não cumprido. Deve-se comsideral-a cumprida, mesmo quando não houver efficacia: desde que a regulação tenha sido levada ao termo e o tiro ahi tenha cessado. Em caso de não cumprimento da , missão é preciso indicar as causas do insucesso para isso é preciso levar em conta as notas dos registradores e dos delegados do director e inquirir o commandante, da, bateria e o do grupo.

    Cada um dos commandantes superiores tem que definir no mesmo boletim ou relatorio sua opinião sobre o julgamento do director do tiro.

Mappa dos exercicio de tiro real

    119. Cada corpo organiza um mappa de accôrdo com o modelo n. 7, encaminhado ao Ministerio da Guerra pelos devidos tramites. Junta-se-lhe um relatorio summario quando se quizer fundamentar algum desejo sobre o assumpto, expor observação importantes ou factos anormaes occorridos nos tiros.

IV - CRITICAS

    120. Os exercicios de tiro dão logar a uma critica sob o ponto de vista tactico e outra sobre a technica do tiro. A ellas devem comparecer todos os officiaes, do grupo pelo menos.

    121. A primeira será feita na posição de tiro immediatamente após a terminação do fogo, em primeiro logar pelo director, e depois successivamente superios da arma, aos quaes a unidades é subordinada. Versará sobre: reconhecimento e escolha da posição, medidas para a occupação e sabida da posição, escolha e installação do observatorio assim como todas as providencias tomadas para a exploração, observação do terreno e do objectivo, ligação etc.; igualmente sobre as circumstacias do terreno e do estado atmospherico que tenham influido no tiro.

    122. A segunda (critica do tiro) feita em vista dos boletins e relatorios (quadros negros) tem por fim esclarecer as questões referentes á conducção do fogo e ao processo de tiro, promovendo a exacta comprehensão do regulamento. Ella é pois, um dos meios mais importantes para desenvolver a matrucção de tiro.

    Esta critica realiza-se logo que estiverem promptos os boletins e relatorios. Devem fazel-a as mesmas autoridades referidas no numero precedente.

    123. As criticas devem ser estimulantes, detalhadas e instructivas se, que, entretanto, se alonguem demasiadamente.

    124. O official que commandou a bateria expõe o seu tiro ( no tiro de grupo, etc., o respectivo commandante expõe primeiramente suas medidas sobre a conducção do fogo). Em seguida passa-se á crtitica.

    125. Na critica dos tiros de ensaio o commandante de bateria deve examinar e discutir toda e qualquer correcção ou commanda á luz do R. T. e do regulamento de exercicio e comparar as observação feitas na bateria com fizeram nos objectivos.

    126. Na critica dos tiros de combate, é preciso dizer si as baterias cumpriram sua missão e se o fizeram pelo processo mais simples.

    No julgamento da efficacia é preciso levar em conta o objectivo tempo gasto (si não tiver dependido de circumstancias de paz) e a quantidade de munição. E preciso tambem examinar quando começou a efficacia e qual a sua repartição pelo objectivo.

    As observação no objectivo em geral só devem ser tomadas como certas si foram feitas de um ponto situado no prolongamento da frente do objectivo si este não era fortemente escalonado em profundidade e si não caiam tiros de outras baterias nas proximidades do objectivo. Essas observações são tanto menos seguras quanto mais afastado o observatorio, que lateralmente , quer para a frente ou retaguarda do objectivo. Nesses casos os erros são tanto mais sensiveis quanto mais proximos do objectivo os arrebentamentos.

    As distancias de arrebentamento estimadas pelos observadores junto ao objectivo apenas servirão para uma ideia approximada sobre as verdadeiras distancias. Esses observadores difficilmente distinguirão os arrebentamentos do tempo dos percutentes. E' impossivel julgar com muita approximação a grandeza das alturas de arrebentamento.

    127. A critica dos tiros de grupo e unidades maiores obedece principalmente ao ponto de vista tactico. Examinam-se detidamente as ordens dos commandantes de unidades. Reduz-se ao minimo a critica do tiro de cada uma das baterias respectivas, accentuando os erros mais frequentes ou muito graves

    128. Os exercicios de tiro tambem devem aproveitar aos sargentos, mediante critica realizada nas respectiva baterias em face dos mesmos boletim e segundo pontos do vista identicos aos acima estabelecidos.

    A essa critica devem assistir os artilheiros, aos guaes se mostrarão os erros do serviço das peças e suas consequencias sobre o conjuncto do tiro Os tiros realizados fornecem além disso occasisão favoravel para serem exemplificadas aos artilheiros as noções theoricas que receberam.

V - SERVIÇO DE SEGURANÇA

Medidas preliminares

    129. Escolhido o terreno onde se deve realizar o tiro (71), o general inspector da região faz as devidas communicações á autoridade civil do logar, informando-a dos dias e da duração diaria provavel dos exercicios, assim como de extensão da zona impedida ao transito publico, com indicação das posições de tiro e das dos objectos.

    130. Estabelecido o accôrdo entre as autoridades militar civil, o general inspector solicita a esta , providencias para que a população do logar tenha conhecimento das referidas condições de tempo e logar dos exercicios de tiro projectados e de que, por perigo de vida é prohibido penetrar na zona impedida, devendo todos os transeuntes obedecer ás intimações sentinellas da linha de segurança. E' preciso na mesma occasião elucidar aos habitantes que é prohibido apanhar projectis, espoletas, fragmentos de uns ou outros, mesmo que pareçam inoffensivos. Quem achar espoletas soltas ou projectis inteiros com ou sem espoleta, deve assignalar o logar participal-o á autoridade mais proxima, civil ou militar, para que esta providencie sobre a remoção do achado.

    131. O commandante do corpo deve fazer identica publicação pela imprensa diaria oito dias antes do começo dos exercicios.

MEDIDAS DE SEGURANÇA DURANTE O TIRO

1. - No perimetro da zona

    132. O commandante do grupo, regimento, brigada, segundo o caso, ordena as medidas de segurança e fiscaliza sua execução.

    133. Para cada dia de exercicio é escalado de vesper um subalterno para official de segurança, a cuja disposição fica o numero necessario de praças montadas para o estabelecimento das sentinellas duplas rios pontoa convenientes do perimetro da zona impedida.

    134. Antes do inicio do tiro, o official de segurança fará, este official certificar-se de que todo o campo de tiro está, livre de quaesquer pessoas e postar-se em seguida nos pontos designados. Cada, pasto deve saber a situação dos dous postes visinhos, antecedente e seguinte e, se possivel, ter com elles ligação á vista (signaleiros).

    135. O tiro só poderá, começar depois que o official de segurança pessoalmente participar ao director do tiro: «segurança feita! ».

    136. Os limites lateraes das direcções de tiro admissiveis devem ser assignalados em cada lado por bandeirolas vermelhas bem visiveis da posição de tiro.

2. JUNTO Á TROPA EM EXERCICIO

    137. Este serviço compete ao director do tiro. Elle deve intervir immediatamente quando reconhecer:

    a) que uma ordem dada á tropa vai de encontro ás medidas de segurança ;

    b) que foi commandado algum elemento de tiro que ponha em risco o pessoal do segurança ou de observação, ou que dê logar a que os projectis saiam dos limites da zona (erro grosseiro de alça e angulo de sitio ou do deriva).

    138. Os officiaes das baterias e os sargentos que exercerem funcção de official devem estar bem informados dos limites admissiveis para a direcção dos tiros e intervir immediatamente quanto, na esphera do seu commando, perceberem qualquer infracção.

    139. Quando tenham do atirar diversas baterias ao mesmo tempo em posições escalonadas, é preciso para evitar accidentes em consequencia de arrebentamentos prematuros, que ellas guardem entre si os seguintes intervallos:

    a) no tiro de sh. ou gr. ordinaria, do canhão: intervallo igual á distancia.

    b) no tiro de gr. explosiva do canhão:

Distancia até

Intervallo

50m

200m

100m

300m

200m

400m

250m

450m

500m

500m

    c) no tiro do abuz:

Distancia até

Intervallo

25m

200m

50m

300m

100m

400m

200m

500m

300m

600m

450m

700m

750m

750m

    O intervallo, sendo menor de 200 metros, as baterias de obuzes não podem ficar escalonadas.

3. Junto aos objectivos

    140. O serviço de segurança junto aos objectivos incumbe aos officiaes do levantamento.

    Uma vez concluido o serviço de que trata o n. 151, o pessoal do levantamento e os serventes do objectivo recolhem-se ao observatorio designado. O official, depois de verificar que o campo dos objectivos está livre de pessoas, participa ao director por telephone ou signal: «observatorio tem segurança».

    Na falta de observatorio á prova de estilhaços ou de balins é preciso que o pessoal do levantamento fique installado á distancia de, pelo menos, 500 metros da direcção do tiro, si de canhão, 750 metros, si de obuz.

    Sendo necessario uma interrupção do tiro a bem da segurança, o official do levantamento participa-o ao director do tiro, içando uma bandeira branca, que para isto deve estar prompta em um mastro adrede installado.

    141. Terminado ao exercicio, compete ao director mandar cessar todo o serviço de segurança durante o tiro.

MEDIDAS DE SEGURANÇA DEPOIS DO TIRO

    142. A tropa não deve retirar-se do campo dos exercicios sem Ter procedido á remoção dos objectos quem possam causar accidente a homens ou animaes, a saber: projectis não arrebentados. Pedaços de projectil, podendo ainda conter carga, espoletas inteiras ou pedaços, estilhaços grandes de projactis, restos ou fragmentos de alvos (arames, pregos, etc.).

    Este serviço deve ser fiscalizado por um official em cada campo de objectivos. O pessoal escalado para esse serviço executa-o, dispondo-se em linha dispersa com intervallos de tres a seis passos; assim avança essa linha para os objectivos na direcção do tiro. Nenhum homem deve alterar a direcção de sua marcha: quando não puder mais conduzir os objectos que tenha apanhado, deposita-os no chão. Esses monticulos vão sendo apanhados por outros homens que seguem á retaguarda da linha acompanhados de uma carroça.

VI. LEVANTAMENTO DO TIRO

    143. O levantamento do tiro comprehende a observação no objectivo e o registro na efficiencia.

    144. Aquella tem por fim registrar as distancias e alturas de arrebentamento. Em circumstancias favoraveis (126), póde-se deste modo julgar as observações feitas na bateria e colher dados sobre o comportamento de munição.

    E' preciso todo o empenho em obter uma observação perfeita, especialmente noa tiros de ensaio. E' condição essencial para isto que o observatorio fique sensivelmente no prolongamento da frente do objectivo. Caso a situação topographica, as condições de luz ou o tiro de outra bateria não permittam uma perfeita observação é preciso participal-o immediatamente ao director do tiro.

    145. O registro da efficacia mostra o resultado do tiro no objectivo; por elle se avalia a influencia do processo de tiro e adquire-se base para ajuizar do effeito que é de esperar em determinadas circumstancias.

    146. O levantamento do tiro deve ser feito com absoluta fidelidade. Isto constitue ponto de honra para o official encarregado do serviço.

    147. O levantamento do tiro incumbe ás turmas de levantamento, cada uma composta de um official subalterno, um sargento, ambos munidos de binoculo, uma ordenança, um telephonista ou signaleiro e d pessoal necessario ao serviço dos alvos.

    Deve ser designada uma turma para cada objectivo ou série de objectivos a observar do mesmo posto e a bater successivamente.

    148. Os sargentos e as praças para o serviço de levantamento devem ser cuidadosamente escolhidos. Aquelles devem ser exercitados na observação e no respectivo registro. E' preciso chamar-lhes especialmente a attenção para a gravidade de qualquer erro commettido no registro.

    149. Cada turma deve ser provida de listas de observação, listas de efficacia (v. modelos), assim como de tinta de côr e pincel para assignalar os impactos.

    150. Cada official de levantamento receberá antes do tiro instrucções sobre: posto para sua turma, objectivos a observar, se deve ou não haver registro da efficacia, se os objectivos teem petardos. E' preciso tambem informal-o da ordem em que sues objectivos serão batidos, do momento em que os de eclipse devem apparecer e se sobre algum delles haverá tiro simultaneo de mais de uma bateria.

    151. O official de levantamento deve verificar antes do tiro se os objectivos estão em ordem, especialmente se os vestigios de impactos anteriores estão cobertos ou assignalados a tinta de côr, se existem os marcos de observação (*), se foram atterrados os buracos feitos pelos projectis no terreno , em uma zona de 25m aquem e 25m além dos alvos.

    152. Antes da abertura do fogo relativo a cada thema, o director previne o official de levantamento qual o objectivo a observar, quando devem funccionar os petardos ou os alvos moveis ou apparecer os de eclipse.

    E' conveniente que o directo tambem dê aviso do ultimo tiro contra cada objectivo.

    153. Regras para a observação no objectivo, no tiro de uma só bateria.

    O official mantem a vista sobre o objectivo e o terreno, na frente e á retaguarda deste, e, utilizando-se dos marcos de observação dicta summariamente suas observações ao sargento, que as lança no caderno de listas, p. ex. «mais 40 baixo», «mais ou menos zéro não arrebentou», «menos 15 parenthese mais cinco baixo, fecha o parenthese, ricochete».

    Na observação deve-se apanhar o fogo ou a nuvem de fumo no momento de sua producção e levar em consideração a intensidade e o sentido do vento.

    As distancias de arrebentamento são avaliadas em multiplos de 5m.

    Pelo conhecimento que o official de levantamento deve Ter da distancia da bateria ao objectivo elle calcula em metros as alturas de cada arrebentamento classifica-o de accordo com o R. T.

    Nos ricochetes deve-se registrar o primeiro ponto de quéda e o arrebentamento, como no exemplo acima: -15 (+5/b) ric.

    Não se podendo observar com segurança se um tiro foi curto ou longo, ou quando de todo não fôr observado, deve-se registra-lo como duvidoso: «?».

    Se a duvida é sómente quanto á distancia de arrebentamento (não quanto ao sentido) registra-se + ? ou -? E acrescenta-se p. ex. «< 200».

    Nos grupos de tiros no fogo rapido registra-se a impressão de conjunto, p. ex.:

 

- 120

b

- 50

b

- 100

 

até

até

até

e

até

 

- 20

a

+ 10

n

+ 10

 

 

 

(2 +)

 

(3 +)

    Deve-se definir a linha em relação á qual se faz a observação. O processo mais seguro consiste em fazer um croquis abrangendo a frente do objectivo, a posição do observatorio e a direcção do tiro.

    No tiro de obuz contra obras de fortificação é preciso indicar ao official do levantamento o ponto em relação ao qual a bateria fará a observação, afim de que a sua seja referida a esse mesmo ponto.

    154. Regras para o registro da efficacia.

__________________

    (*) Os marcos de observação, destinados a facilitar ao official de levantamento a avaliação precisa das distancias de arrebentamento, são signaes quaesquer installados no terreno de 25 em 25m, na direcção do tiro, desde 200m; áquem até 200m; além dos alvos. Devem ser bem visiveis do posto de levantamento e não reconheciveis da posição de tiro; por ex.: discos de madeira pintados de branco com a face voltada para o posto.

    Os modelos annexos dão as indicações sobre o modo de registrar a efficacia. As expressões direita e esquerda referem-se á direcção do tiro.

    Cessada a segurança a turma de levantamento dirige-se para o objectivo, com excepção do telephonista ou signaleiro e mais um servente que ficam no posto de observação. O sargento conta os impactos a marca-os na lista de efficacia; um servente assignala immediatamente com tinta, de ambos os lados, os pontos de impacto contados.

    Os pontos de quéda nas proximidades do objectivo, dentro de uma zona 25m áquem e 25m além, tambem são registrados.

    O official inspecciona todo este serviço, especialmente o do sargento.

    155. Só os impactos mortes podem pôr fóra de combate. Como impactos devem ser considerados os produzidos por estilhaços e balins que apenas causam móssas ou que podem ser arrancados dos alvos com os dedos. Contra baterias de escudos, só se consideram como mortaes os impactos que atravessam o alvo deixando o orificio de uma polegada de diametro pelo menos.

    Impactos cheios sobre um abrigo ou immediatamente junto a elle podem, pelo deslocamento do ar, fumaça, etc., pôr fóra de combate homens que não sejam directamente attingidos. Os homens figurados nessas condições devem ser consignados na columna 4 do modelo, entre parentheses, abaixo do numero de homens attingidos.

    156. Grande efficacia no material que comprometta seriamente a capacidade de fogo ou do movimento de uma peça, ou que reduza de modo notavel a protecção dada por um abrigo, deve ser mencionada na casa «observações».

    157. Para os tiros de granada do obuz contra obras de fortificação, só excepcionalmente e por ordem expressa serão empregados os croquis exemplificados na 2ª pagina do modelo. Em geral basta um simples croquis planimetrico para se registrarem os impactos sobre a obra e em sua visinhança immediata.

    Menciona-se summariamente a distribuição das guarnições nos abrigos e a espessura e natureza das coberturas.

    158. As listas de observação e de efficacia bem como os croquis são assignados pelo official do levantamento e mandados ao director do tiro em um envelope fechado.

    159. Terminado o exercicio, é expressamente prohibido a quem quer seja dirigi-se ao campo dos objectivos antes da hora fixada pelo director.

    Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 1916. - José Caetano de Faria.

ANNEXO

Instrucções para construcção de alvos

PRELIMINARES

    1. A instrucção de tiro exige a figuração dos objectivos consoante á guerra.

    2. A figuração dos objectivos só preencherá seu fim se elles por sua apparencia, especie e sua velocidade de movimento dérem uma idéa approximada de realidade e si sua installação obedecer aos preceitos tacticos para o aproveitamento do terreno.

    3. As dimensões aqui estabelecidas para os alvos devem ser rigorosamente observadas.

    4. Aos commandante de corpos cumpre velar por que a construcção dos alvos necessarios aos exercicios de sua unidade seja feita a tempo e de accôrdo com estas instrucções.

FÓRMAS E DIMENSÕES DOS ALVOS

    5. Distinguem-se os alvos planos e os alvos a tres dimensões.

    Aquelles correspondem approximadamente á projecção vertical e ás dimensões da superficie vulneravel que o homem, o cavallo e o material apresentam de frente ou de perfil.

    Os alvos a tres dimensões representam o corpo para a efficacia por todos os lados e são constituidos de alvos planos completados com taboas transversaes.

    6. Para os objectivos que tenham de ser batidos com shrapnel só pela frente ou com granada ordinaria empregam-se alvos planos.

    Nos outros casos empregam-se alvos a tres dimensões.

    Nas baterias de escudos e para quaesquer objectivos contra os quaes se deva atirar com granada explosiva empregam-se os alvos a tres dimensões.

    7. Nos objectivos comprehendendo guarnições inteiramente desenfiadas á vista podem ser empregadas paredes de taboas sobre as quaes se desenham os contornos dos alvos correspondentes (figs. 17 e 25).

    8. alvos planos para objectivos fixos ou de eclipse:

Numero da figura

Nome do alvo

Significação

1

Corpo inteiro ...............................................

Homem em pé, frente ao inimigo.

2

De joelhos ..................................................

Artilheiro ajoelhado, frente ao inimigo.

3

Busto ..........................................................

Atirador deitado, apontando.

4

Cabeça .......................................................

Atirador entrincheirado, atirando.

5

Cavalleiro ...................................................

Homem a cavallo, visto de frente.

6

Cavallo .......................................................

Cavallo visto de frente.

7

Perfil de cavalleiro ......................................

Cavalleiro visto de lado.

8

Perfil de cavallo ..........................................

Cavallo visto de lado.

9

Peça ...........................................................

Peça de artilharia com escudo, vista de frente.

10

Carro ..........................................................

Retrotem da v-m, com escudo, vista de frente.

    Nota - A metralhadora quando tenha de ser batida a sh. será figurada por um alvo busto (fig. 3), correspondente Ao seu atirador; da mesma fórma figurar-se-ha o commandante da secção. O resto da guarnição representar-se-ha por alvos cabeças (fig. 4).

    9. Alvos planos para objectivos em movimento.

    As figuras 1, 5, 6, 7 e 8 tambem servem para objectivos em movimento.

    A figura 11 (viatura) representa uma v.-peça ou v.-munição ou ainda v.- metralhadora em movimento, vista de lado.

    Os cargueiros serão representados segundo a figura S.

    10. Alvos a tres dimensões (sómente para objectivos fixos).

Numero da figura

Nome do alvo

Significação

12

Corpo inteiro................................................

Homem em pé, frente ao inimigo.

13

De joelhos...................................................

Artilheiro ajoelhado, frente ao inimigo.

14

Busto...........................................................

Atirador deitado, apontado.

15

Busto...........................................................

Atirador entricheirado, atirando.

16

Sentado.......................................................

Homem sentado na banqueta.

17

Taboado......................................................

Fileira de homens sentados na banqueta.

    Nota 1 - As metralhadoras quando devam ser batidas a granada serão figuradas como indicada a nota do n. 8, substituidas as figuras 3 e 4 respectivamente por 14 e 15.

    11. Artilharia em accionamento representa-se alves, peça e carro (figs. 9 e 10), alvos corpo inteiro (fig. 12), alguns installados fóra da protecção dos escudos e alvos cavalleiros e cavallos (figs. 5 e 6 ou 7 e 8). Convem variar na bateria objectivo a figuração de uma peça para outra.

    12. Objectivos de alvenaria serão representados em madeira, a menos que haja todas as facilidades em construil-os nas mesmas condições e com os mesmos materiaes empregados na realidade, p. ex., muros aproveitados como parapeito de atiradores, cercas de pedra secção, etc.

    13. A preparação dos objectivos de eclipse e dos objectivos moveis, dependente de recursos especiaes proporcionados pelo Ministerio da Guerra compete aos commandantes de «Campos de instrucção».

    <<ANEXO>>CLBR Vol. 02 Ano 1916 Págs. 36-1 á 36-4 Figuras 1 á 25.

MATERIAES E CONSTRUCÇÃO

    14. Em objectivos fixos empregam-se alvos de madeira; em objectivos moveis papelão de 3 a 5 mm. do espessura ou téla.

    Nos de eclipse póde-se empregar qualquer desses materiaes.

    Os alvos peça e carro (figs, 9 e 10) são revestidos de folha de ferro de 3 mm. de espessura na extensão correspondente aos escudos.

    Para o julgamento rigoroso da eficacia é preciso distinguir os impactos mortaes o os impactos leves (C. R. T. 156); nessas condições não se empregará papelão nem téla. A madeira empregada nos alvos deve ter a espessura do 20 mm.

    Nos alvos 9 e 10 a madeira deve ter 25 mm. de espessura.

    Os alvos de eclipse quando feitos de madeira podem ter espessura inferior a 20 mm.

    15. A fórma dos alvos é tal que permitte o maximo aproveitas mento do material de construcção. A figura 18 representa um molde para a confecção dos alvos 1, 2, 12 e 13; a figura 19 para as alvos 3, 4, 14 e 15, com a vantagem de que cada córte dá as duas metade-invertidas de um alvo.

    16. Para a installação dos alvos 1 e 2 o melhor dispositivo é o que mostra a fig. 20: olha de ferro a meia altura e vergalhão de 15 mm. de diametro e 1m,20 de altura. As figuras 22 o 23 mostram uma outra solução para o caso: grampo de ferro prendendo o alvo pela travessa inferior.

    Em terreno mollo pede-se, em vez desses dispositivos, prolongar uma das metades do alvo, fazendo-a terminar em ponta.

    A figura 24 mostra o dispositivo para a installação dos alvos 3 e 4.

    17. Convem para conservação dos alvos de madeira pintal-os com tinta a oleo, de côr adequada; do mesmo modo os de papelão o o revestimento de ferro dos alvos 9 o 10.

    18. Para os alvos figura 17 preparam-se perfis de sarrafos de 65X40 mm. (fig. 25) reforçados em uma das faces por uma chapa de ferro parafusada. Bastam quátro desses perfis para tres metros de taboado. Pregadas as taboas e pintadas na face externa, sobre ellas esboçam-se os contornos do; homens.

MODELO N. 7

    1º Regimento de Artilharia

Mappa dos exercicios de tiro

NO ANNO DE

1945

Numero de ordem

Data

Logar

Especie de tiro

Bateria ou grupo

Observações

Dia

Mez

     

     

     

     

     

     

     

MODIFICAÇÕES

1 a 8

Do Regulamento de Tiro para a Artilharia de Campanha de 15-7-1914

(R. T. A.)

    Fevereiro de 1915

    N. 1 na pag. 22 - N. 2 nas paginas 24 e 25 - N. 3 na pag. 27 - N. 4 na pag. 33 - N. 5 na pag. 37 - N. 6 na pag. 47 - N. 7 na pag. 52 - N. 8 nas paginas 78 e 79.

<<ANEXO>>CLBR Vol. 02 Ano 1916 Págs. 38-1 á 38-9 Tabelas.

N. 1

    Pag. 22, linha 3ª a contar de baixo risque-se: «média» e escreva-se - predominante -.

N. 2

    Pag. 24, a partir da 5ª linha até o fim do n. 28 a (pag. 25):

    Substitua-se (*) por

    Sabe-se que a maxima efficacia no tiro de tempo se obtem quando, supposta noemal a altura de arrebentamento, a trajectoria do projectil inteiro, isto e, o eixo do cone do arrehentamento passa pelo objectivo.

    Assim sendo, no systema de corrector os tiros percutentes, longos ou curtos, devem determinar, além do augmento do corrector, a modificação da alça - porque taes tiros provam que a trajectoria do projectil inteiro não passa no objectivo.

    Só se o ponto de quéda fôr junto ao alvo (13), aquem ou além dever-se-ha conservar a alça e augmentar o corrector.

    No systema de placa de regulação a diminuição da alça, porque o necessario augmento da placa importa em ainda augmentar o angulo de tiro. No sh., mesmo que se obtenha um tiro percutente curto, muito, perto do objectivo, convém diminuir um pouco a alça: se sómente se augmentar a placa bem podem ser projectados todos os balins além do objectivo.

    Só no caso de ser o tiro percutente muito curto (200 metros ou mais) augmentar-se-ha a placa e a alça.

    Nos tiros percutentes curtos (nem muito curto nem muito perto do objectivo) conserva-se a alça e augmenta-se a placa.

    Nos tiros percutentes longos, quando o terreno atrás do objectivo é sensivelmente ascendente em relação á linha de sitio, não prevalece a regra acima, comum aos dous systemas (augmentar o corrector ou a placa e diminuir-se-ha a alça): diminue-se a alça e conserva-se o corrector (placa).

    Em tal caso bem póde ser que o tiro longo não tenha arrebentado no ar por haver o projectil encontrado o terreno antes de attingir a distancia de arrebentamento.

    Em outras palavras, em taes terrenos um tiro longo percutente póde Ter logar não obstante o corrector (placa) ser o do garfo.

N. 3

    Pag. 27, linha 11ª

    risque-se «Tambem» e escreva-se - No Sh. -.

N. 4

    Pag. 33, linha 10ª e 9ª a contar de baixo

    rique-se: «organização» e escreva-se - installação -.

________________

    (*) As substituições ou additamentos mais extensos devem ser cortados das «Modificações» e collados pela margem no logar correspondente.

N. 5

    Pag. 37, linha 7ª a contar de baixo

    substitua-se o; por.

    e risque-se as quatro linhas seguintes, isto é, da 6ª a 3ª a contar de baixo.

N. 6

    Pag. 47, n. 77, linha 3ª a contar do fim

    substitua-se o. por,

    e accrescente-se: ou no T. R. 1915, tomar uma divisão acima na placa de regulação.

N. 7

    Pag. 52, n. 88, linha 2ª em logar de: «inferior á da menor graduação da espoleta»

    deve ser:

    - de 200m. ou menor -

    linha 5ª, em logar de:

    «em percussão»

    deve ser:

    - como estiver -

N. 8

    Pag. 78, § 2º, as tres primeiras linhas

    substituam-se por

    § 2º A deriva base determina-se, conforme a situação, por um dos seguintes processos:

    a) calcular a parallaxe do

    e acrescente-se na pag. 79 depois da 4ª linha

    b) o commandante da bateria procede como no caso II, determinando porém a deriva sómente para a peça base; seja d essa deriva. O commandante da secção respectiva daz medir com a luneta da peça base o angulo que separa a luneta de bateria do ponto de pontaria; seja m esse angulo. A deriva base será

c = d * m

    O signal será + quando o commandante da secção, voltado para a luneta de bateria vir o p. p. à sua direita, - quando á sua esquerda.

    c) o commandante da bateria determina d como no caso precedente; com essa deriva aponta-se a peça base pela luneta de bateria e em seguida refere-se a pontaria ao p. p.

    Essa deriva de referencia será a deriva base toda a bateria.

*

 

 

 

.