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Presidência
da República |
E.M nº 00025
Brasília, 22 de abril de 2002.
Excelentíssimo Senhor Presidente,
Temos a honra de submeter à Vossa
Excelência anteprojeto de lei que dispensa o segurado do Regime Geral de Previdência
Social RGPS da comprovação dos seus vínculos empregatícios a partir de 1976,
para fins de requerimento de benefícios perante à Previdência Social.
A proposta facilitará ao trabalhador a comprovação perante o Instituto
Nacional do Seguro Social - INSS do direito à obtenção do benefício previdenciário.
Em uma etapa anterior, a aprovação da Lei 10.403, de 08 de janeiro de 2002 possibilitou
que os trabalhadores fossem dispensados de apresentar documentos que comprovassem seus
vínculos e remunerações para o período posterior a julho de 1994, mediante a
utilização das informações constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais -
CNIS.
Com a alteração que ora propomos, a
comprovação pelo trabalhador de sua
filiação e do tempo de contribuição à Previdência Social, quando do requerimento de
benefícios, para o período que se inicia em 1976, será bastante facilitada, já que o
CNIS, alimentado por informações da Relação Anual de Informações Sociais
RAIS, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED e do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço FGTS, reúne informações suficientes para essa finalidade.
Cabe registrar, que foi realizada uma
avaliação referente à qualidade dos dados sobre empregos existentes no CNIS com data
anterior a julho de 1994. Foram analisadas 12 variáveis relacionadas aos vínculos
trabalhistas e consideradas de extrema relevância para o processo de concessão de
benefício previdenciário. Essas variáveis são: identificação do trabalhador,
identificação do empregador, admissão, rescisão, vínculo trabalhista, código de
ocupação, código de afastamento, data de início e término do afastamento.
As
variáveis selecionadas passaram por um total de 594 testes, que avaliaram dimensões de
acurácia, completeza, atualidade e consistência. Os testes foram efetuados sobre três
amostras retiradas da base do CNIS que contemplaram, no total, os registros de vínculos
trabalhistas de cerca de 312 mil trabalhadores. O dimensionamento e a forma de extração
da amostra garantem uma margem de erro inferior a 2%.
Agregando-se todos os resultados
obtidos em cada uma das variáveis chegamos à conclusão de que 69% dos registros
passaram por todos os testes sem nenhuma restrição. Os outros 31% dos registros
apresentaram pelo menos uma não conformidade. Isso significa que os registros de
vínculos trabalhistas de sete em cada dez trabalhadores foram aprovados em todos os
testes realizados, apontando inequivocamente para a possibilidade de utilização dos
dados do CNIS para a comprovação de vínculos trabalhistas e do tempo de contribuição
dos segurados da Previdência Social.
Os dados do CNIS estarão disponíveis
a todos os segurados da previdência social que poderão verificar a regularidade de suas
informações, podendo, ainda, em caso de falha cadastral promover a qualquer momento a
sua regularização. Cabe registrar, que esse procedimento está amparado pela redação
atual do §2º do art. 29A da Lei nº 8.213, de 1991.
Com a aprovação do anteprojeto
em tela, em poucos anos, nenhum empregado ou contribuinte individual precisará apresentar
qualquer tipo de documento comprobatório de relação empregatícia e de salários. Mais
que isso, o segurado terá mais comodidade no momento de solicitar a sua aposentadoria,
pois bastará sua apresentação ao INSS, sendo o benefício automaticamente concedido,
sem que ele apresente um único documento, além da própria identidade.
Adicionalmente, o processo de reconhecimento do benefício irá tornar-se mais ágil. Será possível identificar os segurados que estão em vias de obter o direito de aposentadoria ou que o obtiveram e, de forma automática, avisá-los que estão na iminência de completar os requisitos para a aposentadoria ou que já os completaram.
A presente proposta resultará,
também, em um confiável instrumento de combate a fraudes e erros administrativos, pois
as informações nele constantes devem seguir uma seqüência de vínculos existentes em
três bancos de dados distintos (Relação Anual de Informações Sociais RAIS, do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED e do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço FGTS), o que dificultará a inserção de dados falsos ou a concessão de
benefícios com informações controversas.
Estamos propondo, por fim, regras que
disciplinam a inserção ou retificação
extemporânea dos dados relativos a vínculos e remunerações do CNIS que, sem inibir os
acertos necessários, coibirá eventuais ações delituosas.
Essas, Excelentíssimo Senhor Presidente da
República, são as razões que nos levam a submeter à elevada consideração de Vossa
Excelência o presente anteprojeto de lei.
Respeitosamente,
JOSÉ CECHIN
e
Assistência Social